PSA. Despedimento de 8 mil trabalhadores em França não afectará fábrica portuguesa

Nem o estatuto de segunda maior construtora europeia, logo a seguir aos alemães da Volkswagen, evitou que a PSA Peugeut Citroën recorresse a um processo de reestruturação interna, do qual resultará o despedimento para aproximadamente 3 mil funcionários em Aulnay-sous-Bois, perto de Paris, onde trabalham algumas centenas de emigrantes portugueses. Mas também na fábrica do noroeste francês, em Rennes, mais de 1.400 operários negoceiam as suas rescisões contratuais, aos quais acrescem as saídas por mútuo acordo de 3.600 responsáveis administrativos e funcionários nas áreas de investigação, desenvolvimento e comércio.


A solução encontrada pela administração da PSA Peugeut Citroën - a implementar durante os próximos dois anos - evitará o resgate governamental, numa altura em que também a economia francesa demonstra alguma instabilidade. Numa indústria automóvel em profunda reestruturação, na qual a contracção anual ultrapassará certamente os 10 por cento, influenciada sobretudo pela diminuição das vendas nos países do mediterrâneo, a construtora francesa apresentou resultados negativos no primeiro semestre deste ano. A produção nas fábricas europeias está apenas em 76 por cento da sua rentabilidade máxima, também pela diminuição das vendas nas construtoras Peugeut e Citroën, as quais caíram 13 por cento neste período.


Por enquanto, esta reestruturação não afectará os representantes internacionais da PSA Peugeut Citroën, na qual está incluída a fábrica portuguesa de Mangualde. Pois apesar do abrandamento registado na actividade daquela unidade durante a primeira metade do ano, neste segundo semestre os responsáveis pela fábrica situada na região centro-norte do país prevêem crescer 9,8 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, a produção em julho chegará aos 4.500 veículos, num total de quase 44 mil anuais. Resultados aguardados com expectativa pelos 900 funcionários da empresa, alguns meses após o dispensa de outros 350 funcionários naquela mesma fábrica, cuja ligação contratual terminava entre março e junho.